Conheça o café conilon: a espécie descoberta no Congo

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café conilon

O mundo do café é repleto de histórias desde a descoberta dele, e não era para menos. Assim como as diferenças sensoriais das uvas, existem diferentes variedades de grãos na lavouras. Um bom exemplo disso é o café conilon, que apresenta aspectos sensoriais menos potentes em comparação com o arábica.

Para explicar isso, é importante entender que cada tipo de café tem peculiaridades próprias. Na xícara, a disputa entre café arábica x conilon mostra rapidamente as diferenças das duas espécies. Muito disso se deve à concentração 50% maior de cafeína e, com isso, ao amargor.

O pé de café e os tipos de grãos

No nascimento, o pé de café aparece como gênero Coffea, tendo as espécies canephora e arabica. Os grãos mais comuns cultivados no mundo são arábica e conilon (nome dado à planta canephora, que também é conhecida como robusta).

No Brasil, a maioria do cultivo é de grãos arábicas. Contudo, em algumas regiões do país, como em Roraima e no Espírito Santo, há o predomínio do manejo do café robusta e conilon. Na lavoura, os dois tipos são visualmente diferentes e, na boca, não há semelhanças.

Para começar, a bebida originária dos grãos conilon têm menor teor de açúcar, diferentemente do café arábica, que traz aspectos sensoriais e acidez equilibrada. Os grãos são menores, assim como a quantidade de mucilagem do fruto. Porém, quanto à produtividade, o café conilon sai na frente do arábica e é mais resistente.

O preço do café conilon também é um ponto que atrai muitos produtores. Aliás, é a motivação de valor que faz parte da indústria tradicional do café optar pela mistura e oferecê-la ao grande grupo. Desse modo, surgem os blends, produzidos a partir de um percentual de café arábica e outro de conilon.

café conilon

A descoberta do café conilon

Essa é a alternativa de muitas empresas para diminuir o custo do café, mas há consequente perda de qualidade. Os grãos arábicas foram descobertos nas montanhas da Etiópia. O cultivo nas alturas, com clima ameno, entregou sabor e doçura ao café desde o princípio.

Já o café conilon tem origem em outra região da África, o Congo. A região com clima mais intenso criou resistência, que até hoje é uma marca dos grãos. Apesar de toda a ligação direcionada à baixa qualidade, existem muitas pessoas no Brasil focadas no cultivo do café conilon especial.

Um ótimo exemplo é o povo indígena Suruí que, com a ajuda da Funai, tem realizado um trabalho direcionado à excelência do café. O formato é novo, mas o cultivo em Rondônia e Mato Grosso é antigo e realizado por famílias com aproximadamente 1 hectares e dedicação total ao controle do café.

O resultado veio com reconhecimentos, como o destaque na Semana Internacional do Café, que ocorreu em Belo Horizonte, em 2019. Em geral, o resultado do café conilon é uma bebida menos aromática, sem doçura ou aspectos sensoriais. Até porque, para potencializar os grãos, é necessária uma produção muito controlada. Com isso, é pouco provável chegar à produtividade em larga escala.

Diferenças entre o café conilon e arábica

Em modo geral, no quesito diferença, café conilon e arábica estão em pontos muito diferentes na cadeia. Por exemplo:

1. Sabor

No café arábica, a doçura é natural, bem como os aspectos sensoriais e o controle da acidez. Já o café conilon tem o amargor mais forte, devido à concentração de cafeína.

2. Aroma

O cheiro é outro ponto que diferencia muito os dois tipos de café. Enquanto o café arábica entrega aromas de frutas, como maracujá, flores, ervas, chocolate, entre outras, o robusta tem pouca variação de cheiro.

3. Cultivo

O conilon é resistente à pragas e fungos, enquanto o café arábica necessita de terroir específico, bem como manejo controlado.

O café 100% arábica

Na Coffee ++, todos os grãos são 100% arábica. A escolha se deve à entrega na xícara, aos aspectos sensoriais, à doçura natural e à qualidade da bebida. Os grãos da espécie conilon não são utilizados como alternativa para o blend, já que o propósito da empresa é oferecer ao brasileiro o café que ele merece.

Porém, a potência do café não está ligada apenas à espécie escolhida. Isso porque o produtor deve realizar um trabalho criterioso, desde o plantio das sementes. Todas as etapas da cadeia cafeeira são fundamentais para o resultado da bebida.

Por isso, acreditamos que somente pessoas com pensamento especial fazem café especial, porque é preciso ter paciência e muito capricho para a bebida apresentar o sabor característico da fruta. Além disso, o pós-colheita é outro ponto fundamental e determinante para a qualidade.

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