Os relevos africanos dão o tom do planalto Boma, que fica no sul do Sudão bem pertinho da fronteira com a Etiópia e do afluente do rio Nilo. Relevos que presenteiam o cultivo dos grãos arábica com peculiaridades de um terroir representado diretamente na xícara. É nesse caso que a variedade Rume Sudan cresceu no espaço com uma potência de sabores que impressiona, boa resistência à doenças, porém com rendimento baixo na lavoura.
No mundo do café, muita gente optou pelo cruzamento genético do Rume Sudan com outras variedades, em busca de preservar os sabores da planta e fomentar a produtividade na lavoura. Por isso mesmo, na maioria das vezes, essa variedade não é cultivada de forma autônoma nas lavouras e os aspectos de mutação genética são muito bem-vindos em toda a caminhada aqui. As características de manejo, inclusive, assemelham-se ao cultivo do Geisha, que faz do Rume Sudan um “primo” próximo do Rume Sudan.
Parentesco bem pontuado, até porque, assim como ocorre com o Geisha e muitos outros cafés exóticos, a maturação é bem desigual. Assim a colheita dos frutinhos de cereja é realizada de maneira gradual e os colhedores precisam passar muitas vezes nas ruas desses cafés. E não é exagero pensar em toda essa logística. Até porque, uma fruta muito madura ou pouco madura pode acabar com a bebida e render sabores ruins.
Na xícara, os sabores de fruta surgem gigantes e muito potentes.