O convite para a experiência chega logo no primeiro gole de café. Tanto que, em 2005, a Specialty Coffee Association (SCA) criou a Roda de Sabores de Café. Mas qual a importância dessa roda colorida? Então, a finalidade foi a de classificar as notas sensoriais do café especial. Além disso, mostrar a potência dos grãos especiais.
É importante entender que já faz um tempo que o processo de classificação do café existe. Por isso, por todo o mundo, órgãos de classificação do café especial têm se esforçado para apresentar os potenciais dos grãos de café especial.
E, assim, deixando claro as principais diferenças entre os cafés tradicionais e os cafés especiais. Saiba mais a seguir.
Como surgiu a Roda de Sabores de Café?
Ted Lingle foi o responsável por criar a Roda de Sabores de Café em 2005. Nessa época, aliás, ele atuava como diretor-executivo da SCA. Ted é uma figura muito respeitada em todo mundo do café. Ele foi o responsável por tornar a Roda de Sabores um importante guia para torradores, provadores, cientistas e especialistas sensoriais.
A Roda de Sabores de Café e a “vinificação”
Inclusive, a Roda de Sabores de Café trouxe um processo chamado de “vinificação” do café. Assim a ideia é a definição dos atributos, notas sensoriais e todo o trabalho potente do produtor na lavoura.
As notas sensoriais do café especial
A Roda de Sabores de Café tem linguagem universal. Ou seja, pode ser usada como caminho seguro, em todo o mundo. A proposta da Roda é realizar um guia que surge como um processo de análise, no qual sabores e aromas são relacionados às notas sensoriais da bebida.
Assim é possível entender se o café especial é mais doce, frutado ou se tem nuances que lembram pimenta, por exemplo.
Nela, você encontra as potencialidades de um café superespecial acima de 84 pontos, que podem ter caminhos florais em jasmim, equilíbrio e delicadeza, como no caso do café Geisha. Ou, quem sabe, notas de chocolate ao leite, doce e cremosidade. Conheça mais sobre a diversidade das notas sensoriais de café aqui e descubra o que mais combina com o seu paladar.
A Roda de Sabores de Café e a brasilidade
A Roda de Sabores de Café é universal. Porém há especialistas que defendem uma Roda brasileira. Já que algumas das experiências sensoriais são exclusivas das terras brasileiras.
Como o americano define o sabor exato da rapadura? Aliás, o japonês entende a acidez do limão-capeta? O morador de Paris tem memória afetiva do melaço de cana? Por isso, a ideia da Roda de Sabores de Café com assinatura brasileira é cada vez mais forte.
Não existe nenhum órgão que oficialize a proposta. Mas o café brasileiro tem experiências sensoriais exclusivas. Quando a isso não há discursões. Prova disso vem do Cerrado Mineiro, por exemplo. Até porque, basta um gole para sentir as notas do doce de marmelo.
A importância da torra no café superespecial
A Roda de Sabores de Café é definitivamente materialização de qualidade dos grãos de café especial. No universo do café especial, todas as etapas são carinhosas e necessitam de cuidado.
Sem dúvidas, esse processo é muito criterioso. Já que se inicia no plantio das mudas. Mas não para por aí. O produtor de café dedica tempo no acompanhamento de todo o ciclo da planta, que só é finalizado na mesa.
Além disso, pensar especial é uma prioridade para o produtor que manuseia os grãos especiais de café. É assim que os cafés surgem como aconchego e muito sabor.
A Roda de Sabores de Café e a torra correta
Contudo, o processo do café especial não termina após a colheita dos grãos. Nesse contexto de potência, a torra correta é fundamental. Inclusive, ela é essencial para manter toda a qualidade priorizada com tanto afinco lavoura. A torra, aliás, exalta a matéria-prima e todas as notas de sabor.
Sendo assim, para manter toda essa qualidade e o preciosismo há um profissional habilitado para a função. Trata-se do mestre de torra. Ele é o cara que, simplesmente, pode acabar com todo o trabalho do produtor na lavoura, caso a torra seja malfeita.
O que seria uma torra malfeita, afinal?
O café preto é um exemplo clássico de uma torra errada. Tente lembrar como seu café surge na xícara. Só para ilustrar tudo isso, o café tradicional tem a cor escura devido à carbonização que ocorre na grande indústria.
Aliás, o café é quase queimado nos fornos para esconder os defeitos da bebida. Por isso, lotar o café de açúcar ou adoçante se tornou uma necessidade para muitas pessoas, principalmente na cultura do brasileiro. Mas, isso é assunto pra outro texto aqui.
Café marrom ou Café preto?
Contudo, a cor do café originária, como nasceu lá na Etiópia em 575 a.C é marrom. Então, ao contrário do que ocorre com o café tradicional, com o café especial, os grãos não são queimados para chegar até a xícara. Uma vez que não há intenção de esconder defeitos e tampouco atributos.
Até porque, não existe lógica em querer esconder notas sensoriais que lembram flores de Jasmim, chocolate ao leite, limão-capeta, mexerica e entre outras experiências, não é mesmo?!
Os 7 passos para entender a Roda de Sabores de Café?
O processo de leitura da Roda é bem simples. Então, se você seguir essas dicas vai se tornar um verdadeiro Q-Grader (profissional especialista em café), claro que em uma versão bem júnior, né?
1 – A Roda de Sabores de Café é lida de fora para dentro. Então, comece assim.
2 – Na parte interna da Roda ficam as informações gerais sobre as notas sensoriais de cada café: doce, frutado, floral, fermentado.
3 – Quando a avaliação passa para a borda a fica mais específica, por exemplo, doce de marmelo, rapadura…
4 – A medida que o “funil aperta” mais perto das características do café você fica.
5 – Sentiu o cheiro? Provou o sabor? Então, entenda de acordo com a Roda de Sabores quais as experiências foram mais próximas do que você percebeu.
6 – Já esses espaços na Roda de Sabores mostram proximidades das notas sensoriais, ou seja, limão-siciliano está próximo ao Taiti. Enquanto isso, laranja e limão-taiti já não têm muito a ver.
7 – A Roda de Sabores de Café pode ser usada em classificações oficiais, premiações ou apenas para a degustação com os amigos no fim de semana.