O perfume do café é minha forma de bom-dia, além da minha melhor companhia. Todos os canais de histórias que rodeiam os grãos me motivaram a caminhar por toda a cadeia produtiva do café. Portanto, a proposta de hoje é entender a origem da palavra café.
Os relatos oficiais mostram que o café foi descoberto em 575 a.C., nas montanhas da Etiópia, na África. Segundo alguns relatos, um pastor de ovelhas chamado Kaldi decidiu sair com os animais pelas montanhas da região de Kaffa, na Etiópia. O lugar era lindo e as cabras decidiram explorar todo aquele espaço.
Então, Kaldi observou aquela animação e descobriu que as cabrinhas haviam comido frutas vermelhas na floresta. Assim, ele cortou o galho e levou os frutos até um sacerdote respeitado na região, chamado Wise. O padre ficou curioso e decidiu cozinhar as frutinhas cheias de caldo.
O perfume subiu e invadiu a aldeia. Desse modo, descobriu-se que torrar as sementes no fogo poderia gerar uma infusão estimulante. Na aldeia em Kaffa, eles decidiram nomear a descoberta como “bunna” (que, no dialeto etíope, significa café). Com isso, depois de apreciar a bebida, os sacerdotes transcreveram a Bíblia e passaram a noite em orações.
Inspiração árabe para o café
Contudo, quanto à grafia no formato popular que conhecemos hoje, especialistas confirmam que as pesquisas mostram que a palavra café vem do árabe. Apesar de o lugar não ser o espaço de descoberta dos grãos, a região foi o berço mundial da comercialização de café, por meio do porto do Iêmen.
Desse modo, como os muçulmanos não bebem vinho nem bebidas alcoólicas, o café se tornou a bebida oficial daquele povo. Chamado de “qahwa”, o café se tornou o verdadeiro vinho árabe até que os turcos fizeram uma revitalização no nome com base na língua-mãe. Assim, a bebida se tornou “kahve” ‒ que, aliás, tem a sonoridade bem parecida com a de hoje.
As mudanças na palavra café
Em 1598, entre as palavras relacionadas a café, a versão mundial passou a ser adotada nos Estados Unidos, por meio da expressão holandesa “koffie”. Foi então que a palavra passou a ser usada pelos americanos. Porém, a aceitação completa do “coffee” ocorreu dois anos após a implementação do vocabulário.
Foi preciso que o Papa Clemente VIII, em 1600, liberasse os católicos para apreciar os prazeres da bebida. O motivo da “benção” do papa ocorreu, pois o café era considerado uma “droga sagrada” nessa época. A partir de então, tomar café ganhou status na Europa, e a primeira cafeteria foi aberta em Veneza, em 1645.
Desde então, para muita gente, tornou-se impossível pensar em iniciar o dia sem o brinde de um café. Atualmente, a bebida é uma das mais populares do mundo, atrás somente da água. No Brasil, o maior produtor do mundo, o consumo é intenso. Aliás, os brasileiros endossam o número de xícaras servidas no planeta, já que são o segundo maior consumidor mundial.
As ondas de consumo do café
Nos últimos anos, muitos brasileiros mudaram o perfil de consumo e passaram a priorizar a qualidade. Esse movimento é conhecido no mundo do café especial como “Quarta Onda”. A proposta consiste em observar o movimento em prol do café por “ondas”, sendo a primeira relacionada à descoberta da bebida ligada à energia, durante a Segunda Guerra Mundial.
Depois, veio a Segunda Onda, em que importantes marcas impulsionaram o consumo de um café de mais qualidade, com o café expresso. Em seguida, veio a Terceira Onda, em que o processo de vivência de experiências passou a ser priorizado. Hoje, com a Quarta Onda, o processo visa à democratização e à simplicidade do consumo.
Na Coffee ++, a proposta é simplificar todo o processo de tomar o café especial. Nesse sentido, a escolha para você beber o café que merece pode ser o copo americano, a taça, a xícara de porcelana ou esmaltada. O importante é viver toda a experiência, com notas sensoriais marcantes.
Desde a origem do café, a bebida foi usada como forma de energia e até como guia de ritual, mesmo porque o significado da palavra café já mostra isso desde a criação.
As raízes do café especial
Você já pensou como surge um café especial? Para começar, é importante saber que hoje existe uma chamada “vinificação do café”. A ideia é mostrar como o universo do café é composto por trajetos similares ao mundo do vinho. É claro que os produtores de vinícolas têm uma caminhada com milhares de anos à frente dos produtores de café especial, mas as analogias fazem sentido.
Para se ter uma ideia, as qualidades de uvas como a Carmenère, Syrah, Malbec, Merlot, entre outras, vão conferir bebidas com experiências sensoriais distintas. É assim com as variedades dos grãos arábicas (Catuaí, Mundo Novo, Geisha, Bourbon, por exemplo), que vão entregar diferentes tipos de café.