Pé de café é história, magia, alegria, potência. Mas afinal, o que é cafezal? De acordo com o dicionário brasileiro, trata-se de “plantação ou agrupamento de cafeeiros em determinada área”. A definição mostra a grandeza de uma cultura que mostra a potência do Brasil no setor agrícola.
Até porque o país de construções de trabalhadores em meios às plantações, com histórias ligadas à terra, inspirou a produtividade nacional. Isso fez do cafezal brasileiro o grande produtor do mundo, o que corresponde a mais de 30% da produção mundial.
As peculiaridades do cafezal brasileiro
Dentro desse cenário, a lavoura de café é repleta de peculiaridades. Até porque a produção de café é realizada a partir de detalhes e muita paciência. A planta que entregará notas sensoriais na xícara apresenta aspectos sensoriais de flores de jasmim, acidez equilibrada a partir de trabalho minucioso.
As dificuldades de plantio são inúmeras e começam na escolha das mudas, indo até o acompanhamento de cada etapa do cultivo da planta. Na plantação de café, o Geisha, por exemplo, precisará de atenção extrema.
Dificuldades do plantio no cafezal
De acordo com o produtor, fundador e CEO da Coffee ++, Leo Montensanto, a variedade Geisha deve ser colhida à mão. “O Geisha é, sim, um dos cafés mais valiosos do mundo, mas está longe de ser fácil de lidar. Eu sempre repito que os detalhes e o pensamento especial são fundamentais no resultado da bebida. Para cultivar café, excelência é primordial”, explica.
Os detalhes narrados por Leo fazem parte da qualidade de como cultivar café. Tanto que o mundo reconheceu a qualidade do trabalho realizado pelos produtores brasileiros que vai muito além da produtividade. Aliás, em 2018, o Geisha produzido por Leo e Ricardo Tavares ganhou o título de Melhor Café do Mundo.
Leo conta que quando decidiu cultivar o cafeeiro na Fazenda Primavera, o experiente gerente da propriedade achou uma maluquice danada. Afinal, a sinergia da variedade com a terra quente brasileira ainda era desconhecida, já que a fama do Geisha foi conquistada nas alturas do Panamá e, assim, ganhou o mundo.
Segundo a lembrança do Leo, o alerta do Barnabé, que é até hoje o gerente da fazenda e um dos maiores conhecedores de café que ele já viu, foi direto: “Ó, Leo, esse café produz pouco, é chato demais e precisa ser colhido à mão devido à maturação irregular”.
O Geisha na lavoura cafeeira do Brasil
Ele estava certo. O processo de maturação do Geisha na lavoura cafeeira é lento, sendo que cada fruto amadurece em tempo diferente. Assim, a colheita precisa respeitar esse tempo. Por isso mesmo, a colheita é realizada de forma seletiva.
Desse modo, o processo pode ocorrer até 20 vezes durante a colheita. Na Fazenda Primavera, apenas mulheres fazem esse trabalho minucioso e delicado. Então, apenas os frutos maduros são colhidos. Isso faz com o que a concentração de açúcar seja maior, bem como o sabor acentuado.
Viu como não é simples entender o que é cafezal? Mas o processo cauteloso não é restrito à variedade Geisha. No caso do café especial, todos os grãos necessitam de muito cuidado, já que é isso que vai determinar os sabores da bebida direto na xícara.
No Brasil, as duas espécies mais cultivadas são arábica e robusta (conilon). Sendo que, nas lavouras nacionais, a grande maioria do cultivo é de café arábica. Por sinal, esses grãos têm mais concentração de doçura, aspectos sensoriais, acidez equilibrada e controle de cafeína.
Os desafios do plantio do cafezal
Na lógica, o que é cafezal? É uma simples plantação? Na verdade, o plantio do café ocorre a partir de um processo diferenciado se comparado a outras culturas. No caso do algodão e soja, o produtor realiza o plantio das sementes e descansa até a colheita.
Em contrapartida, com o café, o acompanhamento é necessário. É preciso esperar a água da chuva, rezar pelo equilíbrio climático, caminhar pela lavoura para observar a chegada de doenças e pragas, e comer fruta no pé para checar a doçura. Pode ter certeza de que não há exageros nesse contexto.
O café especial da Coffee ++
Todos os produtores convidados para fazer parte do propósito da Coffee ++ fazem exatamente isso. Gabriel Nunes, por exemplo, todos os dias caminha pelas lavouras do Cerrado Mineiro ao lado do pai, Osmar Jr. Com o canivete no bolso, eles catam os frutos maduros para saber se o caminho da produção estava certo.
O sorriso pelos olhos mostram que o trabalho da família na lavoura estava bem conduzido. O resultado do café do Cerrado Mineiro mostra isso. Basta experimentar para reconhecer as notas sensoriais de doce de marmelo, frutas amarelas e a doçura atestada pelo produtor campeão de qualidade em 2017.