O “muito prazer” pode chegar com nomes e sonoridades diferentes. Murta, Leroy, Bourbon pointu, Smyrna, Marrom, Bâtard ou, simplesmente, Laurina. Tudo vai depender de quem batizou o café com cara de protagonista e que ostenta níveis baixíssimos de cafeína nos grãos. É assim que essa variedade aparece na sua xícara, com 0,6% de cafeína e sabores de frutas.
Mas se engana quem pensa que Laurina sempre viveu entre os grandes. Em verdade, esse café passou pelo esquecimento e precisou de uma mãozinha para retomar o lugar no pódio. O impulso é recente e ocorreu há pouco tempo, mais precisamente em 2018.
O responsável por devolver a medalha de êxito para esse café foi o bairrista suíço Emi Fukahori, durante as finais do concurso World Brewers Cup (campeonato mundial de preparo de cafés coados), realizado em Belo Horizonte. O café premiado veio de terras mineiras, e toda a produção enviada para o concurso ocorreu na cidade de Patrocínio.
O processo realizado por marceração semicarbônica – técnica de fermentação de café que potencializa atributos e revela outros – trouxe novos perfis sensoriais à variedade, que foi muito bem avaliada pelos jurados do concurso. Laurina nasceu na ilha de Reunião (conhecida como Ilha de Bourbon), no continente africano. Geneticamente, as semelhanças com os cafés Bourbon ficam evidentes na constituição genética – fator que, de acordo com pesquisadores, pode ser explicado por uma mutação natural do Bourbon vermelho.