A diferença do café tradicional e do especial começa no paladar. Essa afirmação tem como respaldo a experiência sensorial que traz sabores florais, de chocolate ou frutados. Tudo isso com acolhimento de um café que abraça o paladar. Além disso, existe regras internacionais que determinam pontuações dos cafés especiais. Você já ouviu falar sobre isso?
Para explicar mais sobre o nosso universo, fizemos um texto sobre as principais características de um café especial.
Primeiramente é importante entender que no mundo do café existem algumas regras internacionais que atestam a qualidade dos grãos. Aliás, esses parâmetros são os responsáveis por diferenciar o café tradicional do café especial.
Brasil, a terra do café. Você sabe a diferença entre o café especial e o tradicional?
Nesse universo cafeeiro existe um destaque para o consumo do brasileiro, que bebe muito café. Já que segundo números da Associação Brasileira da Indústria de Café, 98% dos lares brasileiros o café é a bebida oficial e forma de conexão.
Esse número expressivo mostra a potência de uma bebida popular. Até porque, surpreendentemente o café só perde para a água em consumo no planeta.
Todavia essa popularidade não se iniciou ontem. Sabe-se que o café foi descoberto em um tempo “tão, tão distante” nas montanhas da Etiópia, no ano de 575 a.C. Contudo, no Brasil os grãos chegaram em 1721, no estado do Pará.
O café especial brasileiro
O produtor brasileiro trabalhou muito nas lavouras. Esse trabalho rendeu bons frutos e os números mostram que a dedicação valeu a pena. Afinal, o país ostenta o título de maior produtor de café do mundo. Sendo que entre os compradores mundial estão grandes potências, por exemplo os Estados Unidos; países da Europa, como Itália, Bélgica, Reino Unido e Espanha; e o Japão.
A O movimento de exportação, que nasceu nas lavouras em 1760, . Assim grandes empresas enxergaram o potencial brasileiro em produtividade dos grãos e começaram a comprar café.
Entretanto, com o passar do tempo, muitos produtores começaram a trilhar um caminho mais especial pelas lavouras de café. Dessa maneira, iniciou todo o processo de manejo de grãos especiais.
Esse processo cuidadoso em cada etapa produtiva mostrou ao mundo que, além de produtividade, o trabalho nas terras brasileiras entregava qualidade.
Esse movimento rendeu bons frutos, ou seja, ótimos cafés. Prova disso veio com os prêmios conquistados em importantes campeonatos de qualidade, como o Cup of Excellence.
Para ilustrar o crescimento do cultivo de cafés especiais, os dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) são bem-vindos. A diferença do café tradicional e o especial é grande, bem como a dedicação aos grãos especiais.
O café tradicional e o café especial: critérios de produção
Em 2015, de acordo com a BSCA a produção brasileira era aproximadamente 5 milhões de sacas. Sendo que, em 2018, esse número de produção saltou para 9,8 milhões de sacas.
Contudo, para um grão ostentar o título de especial é preciso muito trabalho. A Specialty Coffee Association of America (SCAA) determina que o café é considerado especial com pontuações a partir de 80 pontos.
O café acima de 84 pontos
Todavia, o mercado acredita que um café especial acima de 84 pontos entregará experiências sensoriais mais diretas ao paladar. Para chegar a esses pontos é importante passar por um processo cuidadoso.
No mercado do café esse processo é chamado de “vinificação” do café. Em outras palavras, forma de classificar a bebida com regras estabelecidas pelos critérios internacionais da SCAA e experiências sensoriais.
Em resumo para chegar a um café especial é preciso trabalhar. Além disso há a necessidade de olhar para alguns pontos importantes: terroir, variedade do café, processos de pós-colheita e pessoas.
Decerto não há exatidão no processo. Até porque, um ensinamento verdadeiro do avô do Leo deixa claro que “no café e no amor não tem doutor”, ou seja, não existe exatidão na lavoura. Porém, o cuidado em cada etapa potencializará os sabores do café.
Critérios de pontuação do café especial
Em contrapartida, após o critério do produtor de café em cada etapa existe processos de pontuações depois que o grão é colhido. Para isso existe um profissional especializado para a função.
Essa pessoa é conhecida como Q-Grader (que em tradução livre significa “avaliador de qualidade”). Em suma, toda essa avaliação é guiada pelo formulário criado pelas regras internacionais da SCAA e segue alguns critérios.
O que é um Q-grader?
Primeiramente, a pontuação começa pela fragrância e pelo aroma, ou seja, o cheirinho do café que invade todo o ambiente.
Depois, vem a uniformidade. O Q-Grader prova o café em cinco xícaras e todas elas precisam ser I-D-Ê-N-T-I-C-A-S. Esse café também não pode ter defeitos na bebida, que no mercado ganha o nome de “café-rio” (simplesmente, bebida com gosto ruim).
Outro ponto importante é densidade da doçura e o sabor que também são critérios de pontuação. O Q-Grader também avalia a acidez, que é o aspecto de salivação que fica na boca depois de tomar um café. Para exemplificar, é como a pessoa comesse um limão-Taiti, uma maçã madura ou um pêssego.
A finalização é outro critério muito importante que aparece no formulário da SCAA. Isto é, como fica o gosto na sua boca depois que você cospe o café? Esse quesito é sobre o gostinho na boca depois de apreciar um café especial.
A diferença do café tradicional e especial
Finalmente, depois que as cinco pessoas da mesa que provam os cafés avaliam e soltam as notas, a mais alta e a mais baixa são ligeiramente eliminadas.
Logo após, ocorre a média das opiniões da mesa. Dessa forma, a nota de um café especial é cravada.
Por isso, falamos no mundo do café que a distância de um café de 80 para 84 pontos é como uma viagem por uma ponte Rio-Niterói, por exemplo.
Na Coffee ++, optamos por trabalhar com grãos que entreguem pontuações acima de 84 pontos e, consequentemente, mais experiência sensorial e sabores.