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Sabe aquela ideia de que “não se deve julgar um livro pela capa”? É sobre isso que vamos falar hoje. Tudo bem, sei que essa frase é um tanto clichê, mas o objetivo aqui é fazer uma analogia. Tenho certeza de que, depois dos dados apresentados, você me entenderá e acabará perdoando o trocadilho – assim espero. 

Já ouviu falar das variedades de café SL? Achou o termo pouco atraente e, inevitavelmente, torceu o nariz? Posso te fazer um pedido? Não abandone esse grão nesse primeiro contato visual, até porque estamos falando aqui de opções que figuram no topo dos melhores cafés do mundo.

Mas como surgiram essas siglas que dão nome aos grãos? Vamos à história! A planta foi criada a partir de incansáveis pesquisas da Scott Agricultural Laboratories – uma organização queniana responsável por desenvolver variedades de cafés, principalmente, a partir dos tipos Moca e Bourbon, trazidos por missões francesas e escocesas ao Quênia, nos anos 1934 e 1963. Respondi a sua pergunta sobre o motivo dessa variedade carregar as sigas SL? Ótimo! 

Continuando o papo, muitos acreditam que o embrião dessa planta tem origem na Tanzânia. Isso explica muito bem a relação de resistência à seca, além da força ao combate de doenças e pragas. Todo esse arsenal poderoso de batalha na lavoura foi conhecido pelo mercado na década de 1930, quando a Scott Laboratories decifrou quais seriam os cafés com mais produtividade no país. 

Foi aí que a organização, depois de seleções individuais das variedades, cravou que as duas árvores (chamadas SL-28 e SL-34) eram as que melhor se encaixavam ao perfil agrícola do país e, assim, teriam bons resultados econômicos. Boa aposta!

Os grãos SL-28 são como um presente que a boa ciência deixou aos bebedores de café. A acidez tem um perfil um tanto misterioso, que se apresenta escondida e vai, aos poucos, revelando todo o potencial da bebida. Dependendo do processamento, a entrega até parece de groselha escura e, em outros casos, o paladar identifica sabores típicos de tomates maduros. 

Claro que o terroir, os processos de manejo e o pós-colheita direcionarão muito as notas dessa variedade. Contudo, a doçura elevada, o corpo suculento e as lembranças tropicais são marcas que credenciam com louvor toda a qualidade que cerca a linhagem dos cafés quenianos mundo afora.

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