O café foi descoberto na Etiópia, em 575. Desde então, os desbravadores iniciaram a disseminação da iguaria pelos mares do mundo. No Brasil, o café chegou por volta de 1931. Esse início marcou o domínio do país na produção mundial. Prova disso são as variedades nascidas aqui, como o café Arara.
Segundo pesquisadores, os grãos chegaram ao solo brasileiro pelo estado do Pará, mas não demoraram muito para chegarem ao Paraná. A sintonia com o terroir foi instantânea e fez a produtividade nacional ganhar relevância e mostrar potencial para o cultivo de diferentes tipos de café.
Nesse sentido, o café Arara ganhou destaque ao lado de outros grãos, como Catuaí, Caturra, Bourbon amarelo e muitos outros. Todos esses têm características marcantes de sabor, notas sensoriais, doçura e aspectos no paladar, além de muito aroma e sabores peculiares às terras brasileiras.
O café arábica no Brasil
Entre essas variedades de café do Brasil, o Arara aparece com características que têm muita sintonia com a diversidade de terroir do país. Ele faz isso com delicadeza, bem como notas que lembram ativamente sabores da terra, por exemplo: doçura de rapadura e lembranças de abacaxi, mexerica e frutas amarelas.
Esse café amarelo foi descoberto de uma maneira casual, e a análise em laboratório mostrou a potencialidade dele. Inclusive, a cor dos frutos, em paralelo com a folhagem verde das lavouras, deu a ideia do nome da variedade: Arara, que veio em analogia a um dos principais símbolos da fauna do nosso país.
A descoberta do café Arara
A semente de café Arara foi descoberta por alguns pesquisadores do renomado Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 1988. Mesmo que as evidências de nascimento desse café não sejam oficiais, existem registros que mostram indicativos de como o Arara surgiu.
De acordo com os pesquisadores do IAC, trata-se de uma hibridação (cruzamento) natural entre as variedades de café Obatã e Catuaí Amarelo. Essa constatação se manifestou devido aos experimentos realizados a partir de sementes de Obatã vermelho.
Assim, os pesquisadores viram o destaque de frutos amarelos entre os pés de café analisados. O resultado foi a origem da variedade de café Arara, que apresentou diretamente produtividade, resistência a pragas e doenças, assim como simplicidade de cultivo na lavoura.
A propagação do café Arara no Brasil
A força do café Arara pode ter sido um dos propósitos da sintonia com os produtores do Brasil. Desse modo, os estudiosos criaram a estratégia de disseminar as sementes do café Arara amarelo em uma fazenda na cidade de Ibaiti, no Paraná.
Depois disso, no ano 2000, dois pés de café da nova variedade Arara foram plantados na Fazenda Experimental de Varginha e no Centro de Pesquisas Cafeeiras (Cepec). Por lá, houve testes com a finalidade de entender o cultivo e a produtividade daquelas plantas.
Foi dessa forma que esse café 100% brasileiro desabrochou, com destaque à doçura, à leveza e ao equilíbrio. Além disso, a produtividade foi considerada e fez os produtores nacionais optarem pelo plantio em diversas regiões cafeeiras do Brasil.
Café Arara na Coffee ++
Aliás, essa prerrogativa fez Ricardo Tavares, um dos produtores da Coffee ++, escolher a variedade para o plantio na região da Chapada de Minas. Na Fazenda Primavera, o resultado agradou, mostrou potencial de qualidade e produtividade.
O plantio foi realizado a 1.050 m, na cidade de Angelândia, na Fazenda Primavera. A propriedade foi considerada a terceira mais sustentável do Brasil. Outro ponto alto do cultivo caprichoso veio com o reconhecimento mundial, a partir do título de melhor café do mundo, em 2018, no principal concurso mundial de qualidade para produtores.
Ricardo Tavares provou a potencialidade do café especial brasileiro para o planeta. Isso significa que, entre grãos africanos, colombianos e de todos os lugares do mundo, o café da Primavera foi selecionado o melhor do mundo. Chique demais, né?
A variedade Geisha levou o pódio de melhor café do mundo. O processo de colheita ocorre apenas pelas melhores mãos, que passaram pelas lavouras mais de 20 vezes. A colheita somente dos frutos maduros é feita em noites de lua cheia e passa processo de pós-colheita cuidadoso.
Microlote Arara na Coffee ++
O café Arara não foi diferente em relação aos processos gerais. As mudas passam por seleção e são guardadas no viveiro. Depois de “descansar” por nove meses, os pés de café vão para a lavoura e, após 33 meses, os primeiros frutos nascem. Assim, acontece a primeira colheita.
O pós-colheita dessa variedade brasileira ocorre no processo Honey. Nele, a polpa dos grãos é retirada logo após a colheita. Em seguida, parte da mucilagem (o caldinho) é deixada para secar junto às sementes. Apesar de demorar mais, isso potencializa a concentração de açúcares no fruto.
Na xícara, o resultado sensorial e de doçura mostram que o critério no processo compensa no contato com o paladar. O café Arara Coffee ++ tem notas de chocolate, caramelo, além de lembranças de frutas amarelas — como se você tivesse comendo um abacaxi maduro, sabe? Conheça esse café.